O mistério das minas do Rei Salomão

Lugar descrito como de muitas riquezas, as minas do Rei Salomão são um mistério. Seria realidade ou a imaginação do escritor Sir Henry Rider Haggard?

Nelson Glueck, um rabino e arqueólogo americano, chegou aos holofotes após ter anunciado que encontrou as minas de Salomão no Vale da Grande Fenda, perto das fronteiras de Israel e da Jordânia. Estas minas, entretanto, não estavam cheias de ouro, mas sim de plantas que cheiravam a cobre, algo que Glueck afirma ser a verdadeira fonte de riqueza de Salomão. Incapazes de conectar evidências arqueológicas aos acontecimentos bíblicos, os historiadores mais modernos duvidaram da palavra de Nelson em relação à conexão do rei com a produção de cobre.

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Pelas últimas décadas, há um senso comum de que egípcios antigos construíram a maioria das minas durante o 13º século a.C. Uma teoria que foi sustentada pela descoberta de um templo egípcio em 1969.


Em 2008, entretanto, pesquisadores localizaram um sítio de mineração próxima a Jordânia, conhecido como Khirbat en-Nahas, que possui diversas evidências arqueológicas que sugerem que o local esteve em operação por 300 anos após aquela data inicial, chegando ao século 10 a.C.


No ano seguinte, outra escavação encontrou uma região no Vale Timna, em Israel, apelidado de Site 30, que foi utilizada como campo de derretimento de cobre, e que foi construída no mesmo período da mina da Jordânia – talvez tarde demais para algum propósito egípcio, mas que bate cronologicamente com a história de Salomão e suas minas.


Em 2013, o Dr. Erez Ben-Yosef, um arqueologista da Universidade de Tel Aviv, liderou uma escavação em uma seção nunca examinada antes, conhecida como as Colinas Escravas. Seu time cobriu uma área não identificada e recolheram dúzias de evidências de aparelhagens utilizadas para derreter o cobre, além de placas de cobre queimadas, um produto feito após o processo.


O grupo também encontrou alguns itens pessoais, que incluíam roupas, cerâmicas, ferramentas e diversos restos de alimentos, indicando um aconchego considerável naquele local. Mais de uma dúzia de tais artefatos foram enviados a Universidade de Oxford, para uma checagem de radiocarbono, que confirmou sua data de dez séculos a.C., aumentando ainda mais as chances daquele local não ser egípcio.


Pilares do Rei Salomão, no Vale Timna


Acredita-se que a maioria destas revelações recentes vai ajudar a convencer a comunidade arqueológica de que os egípcios não devem ter construído e controlado importantes escavações de cobre na região, apesar de que relatos indicam a mesma época do Rei Salomão.


Apesar disso, não há evidências de que ele ou sua tribo israelita foram os responsáveis pela construção das minas. Na verdade, existem fortes evidências de que foi outro grupo mencionado na Bíblia, os Edomitas, que na verdade controlavam as operações.


Os Edomitas eram uma tribo seminômade, descrita na Bíblia como grandes inimigos dos Israelitas antes de suas conversões forçadas ao judaísmo durante o segundo século a.C. Sua civilização sobreviveu através da troca, mas durante o tempo da construção das minas de cobre em Khirbat En-Nahas e no Vale Timna, há mais de três mil anos atrás, eles haviam se transformado em um estado muito bem organizado. Dezenas de milhares de trabalhadores utilizavam essas minas do mundo antigo.


Entretanto, apesar das tentativas, ninguém conseguiu localizar as minas do Rei Salomão e as terras misteriosas de Ofir. As minas e Ofir seguem como um grande mistério.

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