Saiba mais sobre a Maré

Causada pela mudança de atração gravitacional entre a Terra, o sol e a lua que altera os níveis dos mares e oceanos, a maré ainda gera dúvidas em muita gente. Confira tudo sobre esse fenômeno natural.

A maré nada mais é que o movimento vertical dos níveis dos mares e oceanos, é causada pela mudança de atração gravitacional entre a Terra, o sol e a lua.

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A maré tem fundamental importância na navegação, principalmente nos aspectos relacionados à segurança. É muito comum alguém fundear sua embarcação bem próxima a uma praia, desembarcar para almoçar ou passear e quando retornar encontrá-la encalhada na areia.


Formas simples verificar conceitos ligados a este movimento natural das águas

1. Corrente de Maré – movimento horizontal das águas de um ponto para outro, resultante da diferença de altura de maré nestes pontos;
2. Maré de enchente – movimento da água quando seu nível está subindo;
3. Preamar – nível mais elevado que uma maré de enchente pode alcançar;
4. Maré de vazante – movimento da água quando seu nível está descendo;
5. Baixa-mar – nível mais baixo alcançado por uma maré de vazante;
6. Amplitude de maré – é a diferença entre os níveis de preamar e de baixa-mar;
7. Altura da Maré – medida vertical entre a superfície da água e o nível de redução adotado para usar nas cartas náuticas;
8. Estofo – breve período, variando de local para local, em que há uma parada das águas, tanto na baixa-mar quanto na preamar, antes de iniciar seu movimento seguinte;
9. Nível de Redução – plano de referência ao qual todas as profundidades cartografadas estão relacionadas, ou um nível tão baixo que a maré não fique abaixo dele. São estes níveis aqueles citados para as profundidades constantes nas cartas náuticas;
10. Maré semi-diurna – maré que a cada dia tem baixa-mares e e preamares aproximadamente iguais em altura;
11. Maré mista – maré que a cada dia tem valores totalmente desiguais entre os mesmos tipos de preamares e baixa-mares.

O movimento das águas causado pela variação das marés são mais facilmente observáveis na costa, onde as águas tocam a terra. Quando se está navegando em alto mar, a primeira vista não se percebe o movimento das águas causado pelas marés, mas este fenômeno também deve ser considerado e chama-se corrente de maré. Conheça o movimento das águas durante a enchente e vazante de maré na região onde tradicionalmente você navega.

É possível prever a altura e a hora em que a Maré vai encher ou vazar ou saber em que nível ela vai estar numa determinada hora?

Sim, e você não precisa de muito esforço, basta consultar a Tábua de Marés. Este documento, publicado anualmente pela Diretoria de Hidrografia e Navegação (DHN) da Marinha do Brasil, indica as variações deste fenômeno natural em todos os portos brasileiros e alguns estrangeiros na América Latina.

A Tábuas de Marés, publicado anualmente pela Diretoria de Hidrografia e Navegação da Marinha, traz as previsões de preamares e baixamares para determinado ano, previsão esta merecedora de todo crédito. Uma Tábua de Marés de um ano não serve para outro ano, pois considera-se que o ano lunar tem 379 dias. Mas para que você possa utilizar as Tábuas de Marés, é preciso saber interpretar os dados ali existentes.

Para que possamos entender e interpretar a Tábua de Marés, inicialmente vamos entender o que vem a ser a expressão Nível de Redução (NR), já explicado anteriormente. É na realidade uma média de marés baixas observadas durante um certo período. Pode ser também definido como um nível tão baixo que a maré, em situações normais, não fique abaixo dele. Cada porto ou região tem a sua média de Nível de Redução, atualizado constantemente através de marégrafos.

Nas Tábuas de Marés, a média dos Níveis de Redução é chamado de maré 0.0 (zero). Toda maré baixa prevista para abaixo deste nível é chamada de maré negativa e só ocorre em raras ocasiões em algumas regiões.

A previsão de marés existentes na publicação Tábuas de Marés poderão ser alteradas, em casos raros principalmente na região sul, em decorrência de fortes ventos.

O horário previsto na Tábua de Marés é o horário do fuso internacional daquela região. Portanto, se a sua cidade litorânea adota o chamado “horário de verão”, você precisa acrescentar uma hora ao horário existente nas Tábuas de Marés.

Entendendo a Tábua das Marés

HORA MARÉ SIGNIFICADO
0344 1.2 Estofo da preamar – a maré está 1,2m acima da média do nível de
Redução – vai começar a vazar
0855 0.1 Estofo da baixamar – a maré está 10cm acima da média do nível de
Redução – vazou 1,1m desde o último estofo da preamar – vai começar a encher
1421 1.4 Estofo da preamar – está 1,4m acima da média do nível de redução – subiu 1,3m desde o último estofo da baixamar -Vai começar a vazar
2043 0.2 Estofo da baixamar – está 20cm acima da média do nível de redução – baixou 1,2m desde o último estofo da preamar – Deve começar a encher.
Você viu anteriormente que amplitude de maré é a diferença entre os níveis de preamar e baixamar. Observando a tabela anterior, pode-se concluir que a amplitude de maré entre 03:44 h e 08:55 h da manhã foi de 1.1m, pois às 03:44 da manhã a maré estava em 1.2 e às 08:55 estava em 0.1. Logo, conclui-se que neste período ela baixou 1m e 10cm, ou seja, a amplitude de maré neste período foi de 1.10m. Simples, não?

Se você desejar obter a altura da maré para um determinado momento não previsto na tábua de marés, poderá usar a regra de 3 simples, desde que a curva de maré vazante ou enchente sejam simétricas.

Exemplo

Baixamar às 0715 – 0.1
Preamar às 1415 – 0.9
Amplitude da maré – 0.8
Desejo saber a altura da maré para as 1015 h.
Sabendo que a maré está subindo (enchendo), em um intervalo de 7 horas a maré subirá 0.8, logo:
7h = 0.8 (regra de 3 simples)
3h x 0.8 = 2.2 = 0.31.
3h = ?

Ou seja, do horário da baixamar até o horário desejado a maré vai subir 0.31, logo conclui-se que as 1015 h a maré estará em 0.4 ou bem próximo a este valor.

As horas das preamares e baixa-mares citadas na Tábua de Marés se referem ao local em que está instalado o marégrafo e nem sempre coincidem com os instantes exatos em que a corrente de maré inverte seu sentido na posição em que você se encontra, ou seja, os estofos podem demorar algum tempo até a inversão da corrente de maré.

Durante as atracações e desatracações, atente para a corrente de maré, que vem a ser a direção para onde estão correndo as águas por ocasião dos movimentos de enchente e vazante. Conheça a direção das águas durante a enchente e vazante de maré, nas regiões onde normalmente você navega e antes da atracação ou desatracação, observe qualquer objeto na água (fixo ou flutuante) e veja para quais direções estão indo as águas.

Procure sair para o mar após o início da maré de enchente, quando ela está quase chegando no estofo da preamar. O mesmo procedimento deve ser utilizado quando de seu regresso ao cais, pois você terá maiores profundidades a sua disposição.

Atente para as fases da lua no tocante a observação das marés. Nas luas cheias e novas as marés são mais fortes e significativas (maior preamar e menor baixa-mar). Nas luas minguantes e crescentes as variações das marés (amplitudes) são menos intensas.

Ainda com relação às marés, considere que este movimento das águas afetam também os rios que desembocam no mar em várias milhas além de sua foz. Nunca pense que a maré é um fenômeno marítimo e que não ocorre em rios pois você poderá se surpreender com a vazante de um rio. Durante as fortes marés de enchente das luas cheias e novas, o movimento das águas do rio sofrem forte influência, invertendo durante algumas horas o sentido das águas do rio nas proximidades de sua foz. Como exemplo mais conhecido no Brasil, temos o efeito conhecido como “pororoca” nas proximidades da foz do Rio Amazonas.

Caso sua embarcação tenha mastros altos, avalie a passagem por debaixo de pontes, preferindo passar durante o estofo da baixa-mar, caso haja pouca diferença de altura entre os mastros e o vão da ponte ou até mesmo de cabos elétricos cruzando por sobre as águas.

Se o local onde seu barco ficará atracado sofre forte influencia da maré, tenha muita atenção com as espias usadas na atracação. Uma espia muito tesada ou muito folgada pode trazer sérios problemas para o barco quando a maré subir ou vazar. Neste caso, deixe alguém no barco com a responsabilidade de ir folgando ou tesando as espias, à medida que a maré vai enchendo ou vazando. Caso o trapiche ou cais for flutuante, esta preocupação não será necessária, pois o trapiche também subirá ou descerá, acompanhando o movimento das marés.

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