Depressão e o futebol

Descubra como a depressão está presente no futebol e o que o futebol pode fazer em relação à depressão.

Depressão entre os esportistas tem sido tema de diversos debates ao longo dos anos. O caso do jogador de críquete, Michael Yardy, que saiu da Copa do Mundo de Críquete e voltou para sua casa devido sua depressão, trouxe a questão à tona.

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Infelizmente, a reação do comentarista Geoffrey Boycott (que brincou que a depressão de Yardy era resultado de seu desempenho em uma partida de boliche) mostrou que ainda existe uma verdadeira ignorância no mundo do esporte em relação a um problema muito sério e cada vez mais comum.

Há um grande número de esportistas que admitiram sofrer de depressão de alguma forma ou outra ao longo de suas carreiras. O mais conhecido no entanto foi o trágico suicídio do goleiro alemão Robert Enke.

Jogadores de alto nível como Neil Lennon e Stan Collymore também revelaram sofrer com a depressão. Apesar destes jogadores serem bem conhecidos e altamente visíveis, suas revelações não provocaram qualquer reação significativa da comunidade futebolística.

A depressão no mundo machista do futebol ainda é um tabu. Quando a cultura da bravura que envolve o futebol está arraigada em você, deve ser incrivelmente difícil admitir que você está sob o domínio de uma doença avassaladora e consumidora.

O que poderia mudar?

As atitudes no futebol devem mudar, e é certo que houve algum progresso nas ligas menores da Inglaterra, com todos os jogadores recebendo informações sobre depressão. E é claro que isso é bem-vindo, mas os clubes de futebol e as autoridades futebolísticas podem e devem ir mais longe.

O futebol está na posição única de ser um ponto de referência social para muitas das pessoas que são consideradas as mais vulneráveis à depressão. Como os efeitos da recessão continuam a reverberar em todo o mundo, os jovens de origem da classe trabalhadora são cada vez mais susceptíveis a sofrer da doença. Eles também são os menos propensos a procurar ajuda, a consequência é que isso os torna mais propensos a tirar suas próprias vidas.

Uma das coisas mais valiosas que o futebol pode fazer é quebrar o estigma em torno da depressão. Ainda é visto como algo que só acontece com as pessoas que estão sem sorte na vida, mas a realidade é que, qualquer pessoa pode ser afetada.

A depressão em seu estado avançado pode ser extremamente destrutiva. As pessoas que sofrem de depressão precisam de ajuda profissional, não podem simplesmente “se recompor”.

O futebol precisa incentivar uma discussão franca dos fatos que cercam o que é uma doença muito séria. Os jogadores de futebol são modelos para muitos jovens, podem falar abertamente sobre a depressão sem medo de represálias, tornando assim o assunto normal nas mentes do público em geral. Isso pode ajudar os afetados a procurar ajuda em vez de tentar suprimir e em muitos casos ignorar esta aflição prejudicial.

A comunidade do futebol (clubes e associações) pode intervir e usar sua influência para educar as pessoas. A depressão é muito mais fácil de tratar e gerenciar se for reconhecida antes que atinja estágios finais.

Se os clubes em todos os níveis fossem encorajados a conversar com seus jogadores desde as categorias de base até a equipe principal, se pudessem chegar às massas e explicar os primeiros sinais da depressão, o ato seria gigante.

Há uma verdadeira oportunidade para o futebol se reafirmar como uma força de bem-estar social, muitos dos nossos maiores clubes foram de fato criados com grandes ideais no coração de seus fundadores. O futebol está em uma posição única, onde pode abordar todos esses fatores.

Esta é uma chance que não pode ser desperdiçada, o futebol tem a obrigação moral de ajudar aqueles que permitiram que ele crescesse, desde suas raízes humildes até o gigante global que se tornou.

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