Livro “Forza Italia: The Fall and Rise of Italian Football” – Crítica

Uma leitura indispensável para os fãs do futebol italiano, o livro Forza Italia toca em assuntos polêmicos como Berlusconi, Sven Eriksson e o Calciopoli.

Ian Rush descreveu a vida na Itália como “viver em um país estrangeiro”. Embora a afirmação pareça idiota no exterior, com a devida consideração, revela-se como possivelmente a reflexão mais precisa já feita. Viver na Itália é como viver em um país estrangeiro, e o livro “Forza Italia: The Fall and Rise of Italian Football” mostra isso contando a história de um imigrante irlandês que enfrentou todos os mesmo perigos que Ian Rush, embora como jornalista esportivo, em vez de um jogador.

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Talvez o elemento autobiográfico que contém a obsessão com a vida neste país estrangeiro seja a maior falha do livro; Uma mancha em um trabalho incrível. Tendo vivido e trabalhado na Itália por quase vinte anos, não há dúvida de que poucas pessoas escreveriam um livro sobre o futebol italiano melhor do que Paddy Agnew, no entanto, o sentimento é de decepção após finalizar a leitura.

Parte disso provavelmente tem a ver com a própria crise de identidade do livro. Se Agnew tivesse considerado detalhar a era moderna do futebol italiano em sua totalidade, tal feito seria satisfatório. No entanto, embora Agnew toque em assuntos polêmicos como Silvio Berlusconi, Sven Goran Eriksson e o Calciopoli, os relatos de sua história pessoal se misturam no livro, deixando a leitura um pouco chata.

A introdução do livro é dedicada quase que inteiramente a cultura do escritor: Sua luta pela aceitação, dinheiro e credenciais de imprensa. Uma página ou duas disso teriam sido perfeitas para informar os leitores, mas um capítulo ou dois já é exagero. Durante suas reminiscências, Agnew satura o leitor com assuntos inúteis, desde discussões com seus vizinhos até a sua vida em um vilarejo italiano.

Apesar de tudo isso, Forza Italia não foi um fiasco completo pois em algumas partes Agnew se preocupa em entreter o leitor com opiniões sobre sua própria área de especialização. A partir desse momento o livro melhora muito. Quando Agnew fala de futebol, ele sabe do que está falando e deixa claro que seus vinte anos na Itália não foram desperdiçados. Ouvir um escritor inteligente descrever de forma coerente o fascinante mundo do futebol italiano é um privilégio para o leitor.

Em termos de tese também, Agnew se destaca explicando como o futebol na Itália reflete a cultura do país, fundindo a beleza de Michelangelo com o cinismo de Machiavelli. Ao contrário de muitos outros escritores de futebol, ele consegue mostrar uma imagem realista e às vezes assustadora das divisões inferiores do país, usando extensas entrevistas com jogadores esquecidos e transmitindo a verdadeira escuridão nos confins do Calcio.

Esporadicamente brilhante, muitas vezes sonolento, Forza Italia oferece uma leitura tentadora. Ele combina o normal com o fascinante tentando completar o que não precisa de complementos.

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