Várias pessoas dizem ter visto o dugongo-de-steller (Hydrodamalis gigas), uma espécie que se pensava ter sido extinta. Mas será que são realmente eles? Poderia existir alguma população dessa espécie que sobreviveu em lugares isolados, ou quem avistou se confundiu?
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O dugongo-de-steller foi o maior do sirênios, um grupo de mamíferos aquáticos que também inclui o peixe-boi. A maioria dos peixes-boi e dugongos têm cerca de 3 metros de comprimento, já o dugongo-de-steller tinha cerca de 9 metros de comprimento.
Embora tanto os peixes-boi quanto o dugongo sejam espécies tropicais, o dugongo-de-steller era nativo das águas frias do Pacífico Norte. De acordo com o registro fóssil, o dugongo-de-steller foi comum ao longo das margens de todo o Pacífico Norte, do norte da Califórnia até o Japão.
Infelizmente como eram animais grandes e extraordinariamente mansos, se tornaram alvo fácil para caçadores. Sua carne era altamente valorizada, sua pele era útil para o comércio de peles, sua gordura era um excelente combustível para lâmpadas.
Caçadores aborígenes perseguiram o dugongo-de-steller muito antes de qualquer homem branco se aventurar no Alasca. Quando Georg Steller – um naturalista, botânico, zoólogo, médico e explorador – descreveu o dugongo-de-steller que até então era uma espécie nova, já era tarde. O gigantesco sirênio já estava entrando em extinção, sua população era extremamente pequena.
Apenas 27 anos após ser descobertos por Georg Steller e sua equipe – todos exploradores ocidentais – o dugongo-de-steller tinha sido extinto. Em 1768, ele foi oficialmente declarado extinto.
No entanto, tem havido avistamentos ocasionais de animais parecidos com ele desde então. Um fator com que se trabalha para a não aceitação destes avistamentos, é que essa criatura não era de ficar em águas muito profundas, ainda mais sendo um animal gigante, 30 metros de comprimento e dócil. O litoral do Canadá e do Alasca são bastante remotos, além do mais aquela área sempre está cheia de navios de cruzeiro, caiaques, profissionais e equipes de pesca esportiva.
Recentemente, um pescador descreveu o possível animal por meio de um desenho, no qual o resultado foi bem-parecido com o que era o dugongo-de-steller. Ele descreveu ter visto um animal flutuando nas ondas do mar calmamente, exatamente como fazia o dugongo-de-steller. Obviamente, a distância da área onde o animal foi avistado e o fato de a área sempre ter nevoeiro, pode tornar a identificação no mínimo difícil.
Esse avistamento aconteceu a cerca de 40 milhas da costa. Até podemos pensar “talvez todos eles nadavam para o mar para escapar de caçadores, e é por isso que eles não foram avistados”, incorreto. Os dugongo-de-steller eram herbívoros, e não há algas para comer no oceano aberto. Elas só crescem em águas rasas costeiras, onde ela pode receber a luz solar. Ele simplesmente não conseguiria sobreviver em um oceano aberto, muito menos a grandes profundidades.
No entanto, há um grande mamífero que é frequentemente encontrado no mar aberto do Pacífico norte. O elefante marinho (Mirounga sp.), ele não se encaixa nas mesmas características que as do dugongo-de-steller, mas pode se encaixar na resposta para esses avistamentos, visto que a fêmea elefante marinho atinge 3,50 metros e o macho até 6,5 metros, pesando até 4 toneladas. Ao que tudo indica, o dugongo-de-steller está e vai continuar a ser extinto.
Não pude deixar de notar que em um certo momento do texto, para ser mais exato quando se destaca o possível avistamento do animal, é dito que ele teria 3 metro de comprimentos, o que não é certo de se dizer, pois o maior já descrito tinha em em torno de 9 metros.
Att, Leandro Schuvartz aluno de Ciências Biológicas – UFRJ