Curiosidades e mistérios sobre as Linhas de Nazca

As Linhas de Nazca são uma série de geoglifos localizados no Deserto de Nazca, um planalto árido gigantesco localizado no Peru.

As Linhas de Nazca são uma série de geoglifos localizados no deserto de Nazca, um planalto árido que se estende por mais de 80 km entre as cidades de Nazca e Palpa nos Pampas de Jumana, no Peru. Acredita-se que elas tenham sido criadas pela cultura Nasca entre 200 a.C. e 700 d.C.

Linhas Nazca no Peru

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O clima seco e ventoso da região manteve as linhas claras. Visíveis do ar, os desenhos são menos perceptíveis a nível do solo. Assim, no século XX, quando os aviões começaram a sobrevoar esta área, as marcações despertaram grande interesse. Em 1994, a planície de Nazca foi considerada Patrimônio da Humanidade pela UNESCO, a fim de proteger as antigas criações das invasões humanas.


As linhas formam numerosas figuras individuais, variando em complexidade de linhas simples a beija-flores estilizados, aranhas, macacos, peixes, tubarões, lhamas e lagartos. As Linhas de Nazca continuam sendo um dos muitos mistérios do mundo antigo, com explicações sugeridas que vão desde o calendário astronômico, caminhos sagrados e marcações de OVNIS feitas por extraterrestres. Assim, as Linhas de Nazca refletem a criatividade dos seres humanos, tanto em sua concepção e construção pela cultura antiga, quanto nos esforços de decifrá-las por pesquisadores contemporâneos.

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Visão geral da cultura Nasca

A cultura Nasca floresceu do primeiro ao oitavo século d.C. ao lado da costa árida no sul do Peru, nos vales do Rio Grande de Nazca e do Vale Ica. A sociedade Nasca primitiva era composta de chefias locais e centros regionais de poder centrados em torno de Cahuachi, um local cerimonial não urbano de montes e praças. Fortemente influenciada pela cultura Paracas, que era conhecida por tecidos extremamente complexos, a cultura Nasca produziu uma variedade de belos artesanatos e tecnologias, como cerâmica, têxteis, juntamente com as famosas linhas e geoglifos de Nazca.


A subsistência de Nazca baseava-se em grande parte na agricultura. A iconografia em cerâmicas e restos escavados indicam que o povo Nazca tinha uma dieta variada composta de milho, abóbora, batata-doce, mandioca, cana Índica, e até mesmo uma pequena variedade de peixes. Eles também tinham vários costumes não alimentares, como usar algodão para têxteis, coca, cacto São Pedro e cabaças para atividades da vida cotidiana como em enfermidades. Em termos de recursos de recursos animais, os Nascas utilizavam lhamas e o porquinho-da-índia como sacrifícios em Cahuachi. As lhamas também eram comumente usadas como animais de carga, como fonte de lã e carne para alimentação.


Sem dúvida, devido à natureza extrema do ambiente circundante, muitas das crenças religiosas de Nasca giravam em torno da agricultura e da fertilidade. Grande parte da arte de Nasca retrata poderosos deuses da natureza, como a mítica baleia assassina, os ceifeiros, o gato malhado, a serpente e a mais prevalente das figuras adoradas, o ser mítico antropomórfico. Como era feito na cultura Moche contemporânea, os xamãs aparentemente usavam extrações do cacto São Pedro como alucinógenos para induzir visões. Eventos e cerimônias religiosas aconteciam no centro da sociedade Nasca, em Cahuachi.


Durante esse período, todos os membros da sociedade nas aldeias vizinhas migravam para o centro e também participavam das festas. Os que não eram da elite, podiam obter bens altamente valorizados, como cerâmicas policromadas sofisticadas. Em troca, os que eram da elite aumentavam seu poder político e status enquanto usavam os plebeus para trabalhar, principalmente em construções.

Criação das Linhas de Nazca

As linhas foram feitas removendo os seixos revestidos de óxido de ferro marrom-avermelhado, que cobrem a superfície do deserto de Nazca. Quando o cascalho é removido, as linhas contrastam fortemente com a terra de cor clara. Existem centenas de linhas simples e padrões geométricos no planalto de Nazca, bem como mais de 70 figuras curvilíneas de animais e humanos.


As linhas persistem devido ao clima extremamente seco, sem vento e estável da região de Nazca. O deserto de Nazca é um dos mais secos da Terra e mantém uma temperatura em torno de 25° durante todo o ano, isso alinhado com a falta de ventos na região ajudou a manter as linhas quase que intactas até os dias atuais.

A principal explicação para a forma com que as linhas foram construídas envolve o uso de ferramentas simples e táticas para levantar peso. Estacas de madeira no chão no final de algumas linhas (que foram usadas para datar as figuras) e cerâmicas encontradas na superfície apoiam essa teoria.

A área que abrange as linhas tem quase 500 quilômetros quadrados, com as maiores figuras chegando a ter quase 270 metros de comprimento, embora as dimensões de cada figura variem. O beija-flor tem 93 metros de comprimento, o condor 134 metros, o macaco 93 metros por 58 metros e a aranha tem 47 metros.

Descoberta e investigação

As Linhas de Nazca não atraíram a atenção da sociedade moderna até o início do século XX, quando os aviões começaram a sobrevoar a região. à medida que chegavam mais e mais relatos de marcações estranhas no Peru, o interesse pela área aumentava. No início da década de 1940, o antropólogo americano Paul Kosok veio estudar os sistemas de irrigação das antigas culturas sul-americanas e logo ficou fascinado com as Linhas de Nazca.

Não muito tempo depois, juntou-se a ele a matemática e arqueóloga alemã Maria Reiche, que ajudou Kosok a estudar as marcações por vários anos. Juntos, Kosok e Reiche apresentaram uma das primeiras razões dadas para a criação das Linhas de Nazca: Elas foram criadas para serem marcadores no horizonte para indicar onde o sol e outros corpos celestes nascem ou se põem.


Enquanto Kosok passou cerca de uma década estudando as Linhas de Nazca, Reiche passou o resto de sua vida estudando os fenômenos, revisando sua teoria para sugerir que a obra de arte era na verdade um mapa astronômico de constelações. Desde Kosok e Reiche, inúmeros arqueólogos, antropólogos e outros cientistas estudaram a área, e existem inúmeras explicações e teoria quanto ao significado das linhas.

No final da década de 1960, o astrônomo americano Gerald Hawkins testou as teorias de Kosok e Reiche sobre as linhas terem significado astronômico e descobriu que não havia evidências suficientes para confirmar sua correspondência com as localizações das estrelas e outros fenômenos astronômicos.

Apesar da rejeição de Hawkins de uma explicação astronômica das Linhas de Nazca e dos geoglifos, o astrônomo Robin Edgar teorizou que as Linhas de Nazca, particularmente os geoglifos biomorfos que retratam animais, figuras humanas, pássaros e “flores” são uma resposta antiga ao que ele chamou de “Olho de Deus” que se manifesta no céu durante um eclipse solar total.


Em 1985, o arqueólogo Johan Reinhard publicou dados arqueológicos, etnográficos e históricos demonstrando que a adoração de montanhas e outras fontes de água desempenhou um papel dominante na religião e economia de Nazca desde os tempos antigos. Ele apresentou a teoria de que as linhas e figuras podem ser explicadas como parte de práticas religiosas envolvendo a adoração de divindades associadas à disponibilidade de água e, portanto, à fertilidade das plantações.

As linhas foram interpretadas como sendo usadas principalmente como caminhos sagrados que conduziam a lugares onde essas divindades poderiam ser adoradas e as figuras como simbolicamente representando animais e objetos destinados a invocar sua ajuda. No entanto, os significados precisos de muitos dos geoglifos individuais permanecem sem solução.


Outra teoria afirma que as linhas são os restos de “templos ambulantes”, onde um grande grupo de fiéis caminhava ao longo de um padrão predefinido dedicado a uma entidade sagrada específica, como andar em um labirinto. Moradores das aldeias locais dizem que os Nascas realizavam rituais nesses desenhos gigantes para celebrar os deuses e garantir que água continuasse a fluir dos Andes.

À medida que os arqueólogos e outros continuaram a estudar as Linhas de Nazca, mais teorias desse antigo mistério foram geradas. No entanto, como a cultura que produziu essas obras se foi há séculos e deixou poucos registros além das Linhas de Nazca e outros artefatos, a verdade por trás dessas obras de arte tem sido difícil de determinar.

Explicações paranormais

Fora da arqueologia e antropologia convencionais, as Linhas de Nazca, como muitos monumentos antigos e não bem compreendidos, geraram inúmeras explicações paranormais. A mais famosa é a toria de Erich von Däniken de que as linhas foram criadas por extraterrestres que visitaram a Terra nos tempos antigos. O grande tamanho das figuras, suas precisões e o fato de que seu escopo é bem melhor observado do céu levaram Däniken a teorizar de que alienígenas haviam criado as marcações.


Outros, como Hermann E. Boss, também postularam uma origem alienígena para as linhas. O autor Robert Bast propôs que os símbolos de animais e humanos, posicionados de forma que pareçam estar no chão, foram criados a partir de uma memória coletiva de um dilúvio antigo, uma teoria que corresponde, mas não é necessariamente a mesma da crença cristã em Noé e o grande Dilúvio. Alguns também sugeriram que as Linhas de Nazca são uma das muitas áreas místicas ao redor do planeta que possuem vórtices de energia e são pontos para atividades paranormais.

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