Números de camisa têm um hábito de causar problemas. Paulo Futre do West Ham uma vez saiu do Highbury num táxi depois de recusar a vestir a camisa 16 e depois pagou £100.000 para usar sua favorita 10. Mas isso ainda parece suave comparado ao problema que Gianluigi Buffon causou com sua escolha de camisa no Parma.
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A decisão do goleiro de vestir a 88 causou uma consternação na comunidade de Judeus da Itália, que apontou que o número é um símbolo neonazista. “H” é a oitava letra do alfabeto, então 88 é igual a HH, ou Heil Hitler.
Buffon já usou anteriormente uma camisa com o slogan “Boia chi molla” – “Morte aos covardes” – que era usado pelos fascistas no dia de Benito Mussolini. Mas ele fez uma coletiva ontem para explicar que as pessoas tiveram a impressão errada. Depois de sua mãe dizer que os acusadores de seu filho “deviam se envergonhar de pensarem tais coisas”, é isso.
“Eu escolhi 88 porque me lembra quatro bolas e na Itália todos nós sabemos o que significa ter bolas: força e determinação.” ele disse. “E nessa temporada eu terei que ter bolas para conseguir meu lugar de volta no time da Itália.”
A coisa, entretanto, complica. “Eu não escolhi 88 de primeira,” ele explica. “Eu queria 00 mas a liga me disse que era impossível. Eu também considerei 01 mas esse não era considerado um número apropriado. Eu gosto de 01 porque é o número do carro do General Lee na série de TV Dukes of Hazzard.”
Buffon, que disse que o Holocausto lhe dá nojo e que a “calúnia Nazista” o magoou, adicionou que el estava pensando no que a comunidade Judia alertou, os quais pediram a ele para trocar de camisas “por respeito aos Judeus, ciganos e homossexuais”.
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“Eu mudarei de número se isso for ajudar,” ele explica. “Eu não sabia o significado escondido de 88.”
Aparentemente o episódio do “Boia chi molla” foi um erro inocente também. “Quando vesti aquela camisa eu era estúpido porque não sabia que era uma frase usada pelo regime fascista,” disse Buffon. O garoto de na época 22 anos, que perdeu a Euro 2000 depois de quebrar sua mão num amistoso e desde então perdeu seu lugar para Francesco Toldo, encontrou outros em sua defesa.
“Somos pessoas honestas,” disse sua mãe. A fundação Africana de medicina e pesquisa adicionou: “Ele nos doou dinheiro para construir dois poços no Quênia.” Enquanto isso o diretor de futebol do Parma, Michele Uva, disse: “A comunidade de Judeus devia lidar com assuntos mais sérios.”